Ex-bispo é investigado por suspeita de abusar padre no interior de São Paulo

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Ex-bispo é investigado por suspeita de abusar padre no interior de São Paulo
D.R.

O suspeito renunciou ao cargo em novembro do ano passado

A Polícia Civil investiga um ex-bispo católico da diocese de Catanduva, no interior paulista, que é suspeito de estuprar e assediar um padre da região. Dom Valdir Mamede renunciou ao cargo em novembro de 2023. Os assédios teriam acontecido após Valdir pedir ajuda para se depilar. O estupro teria ocorrido na casa dele. A vítima relata que o homem teria agido de forma agressiva e estava embriagado.

O homem não identificado é um padre da Diocese de Catanduva. Ele denuncia o ex-bispo da Diocese, Dom Valdir Mamede, que renunciou ao cargo em novembro do ano passado.

Ele pediu se eu podia ajudá-lo a se depilar, porque ele só confiava em mim, uma vez que ele tinha como filho. Então, até no começo, eu não achei problema nisso.

O estupro teria ocorrido na casa de Dom Valdir. A vítima relata que o homem teria agido de forma agressiva e estava embriagado.

Estávamos na sala da casa dele assistindo a um filme. No meio do filme, ele pegou e pulou em cima de mim. Eu não esperava por essa conduta. Foi com mordidas, com ameaças, violências, e eu fiquei totalmente sem reação.

Diante de todas essas situações, o padre, de 31 anos, buscou se afastar de qualquer convívio ou ligação com Dom Valdir. Porém, no ano passado, ele teria tentado mais uma vez uma relação à força.

Ele chegou numa madrugada sem avisar. Já aqui nesta sala ele foi se despindo, tirando a roupa. Eu fui lá para o meu quarto. Ele chegou lá nu. Lá, ele tentou me agarrar. Eu empurrei ele e ele continuou lá. A hora que eu peguei e voltei no quarto, vi que estava o esperma dele lá. Eu com muito cuidado preservei esse material e mandei para que um laboratório fizesse a identificação do mapa do perfil genético.

Segundo o padre, a investigação feita pela igreja nunca obteve êxito. Dos materiais apresentados há um áudio em que Dom Valdir confessa a prática dos atos.

Eu não me apresento, de modo algum, como vítima, porque de fato me permiti uso indevido da liberdade com duas situações concretas e isso, claro, imaculou todo um caminho que vinha sendo empreendido com muita perseverança e fidelidade, apesar das dificuldades ao longo de 32 para 33 anos. Foi só nesse último momento. Mas, enfim, eu tenho que pagar o preço.

Don Valdir Mamede

O padre só procurou a Polícia Civil para fazer o registro do boletim de ocorrência, porque recentemente o ex-bispo esteve na região e teria feito ameaças.

O caso segue sendo investigado sob segredo de justiça, porém, testemunhas e possíveis vítimas já começaram a ser ouvidas.

O padre que fez a denúncia pediu afastamento de 90 dias das funções eclesiásticas. A licença médica se deu por causa da pressão e danos psicológicos.

Em nota, a Diocese disse que não compactua com condutas ilícitas e que a recomendação é que sejam levadas às autoridades competentes. Afirma também que vai colaborar com a investigação.

A equipe do ‘Fala Brasil’ entrou em contato com Dom Valdir Mamede, mas até o fechamento da reportagem, ele não havia respondido às ligações.

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