Segundo os alemães, a Rússia planeja escalar o conflito na região ainda em dezembro deste ano
A Alemanha traçou os próximos passos do Exército de Vladimir Putin e previu um conflito entre a Rússia e os países da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) a partir de maio do ano que vem.
Acompanhe a reportagem de Patrícia Nielsen.
O plano russo descrito em arquivos secretos pela Alemanha teria início já em fevereiro deste ano, com a mobilização de mais de 200 mil soldados.
O objetivo seria obrigar as tropas ucranianas a recuarem até Kiev. Já em julho, a Rússia iniciaria um plano de ataques cibernéticos e ações militares. A ofensiva se concentraria nas fronteiras da Estônia, Letônia e Lituânia com a Rússia e Belarus, um dos maiores aliados de Vladimir Putin. Com pretexto dos conflitos, em setembro o exército russo deslocaria cerca de 50 mil soldados para a região e a partir de outubro os combates se expandiriam para o corredor de Suwalki, um território estreito com cerca de 70 km de extensão, que divide a Polônia e a Lituânia.
Segundo os alemães, a Rússia planeja escalar o conflito na região ainda em dezembro deste ano. O momento é considerado estratégico, já que os Estados Unidos podem estar em período de transição de presidentes, caso o republicano Donald Trump vença as eleições em novembro. Os americanos são um dos líderes da OTAN.
A aliança militar, liderada por europeus e americanos, prevê-se que qualquer ataque a um integrante da organização representa um ataque a todos os países membros. Fazem parte do tratado na região Estônia, Letônia, Lituânia e Polônia. A adesão da Suécia no bloco ainda é avaliada, mas o país já alertou a população para uma possível guerra.
Segundo o plano revelado por um jornal alemão, o ano de 2025 começaria com denúncias da Polônia e dos países bálticos contra as ameaças da Rússia. Isso levaria Vladimir Putin a deslocar mais 30 mil militares para o entorno do corredor de Suwalki. Para maio do ano que vem, estaria programado o Dia D, quando 300 mil soldados da OTAN fortaleceriam as tropas já na região.
Em um cenário de enfrentamento, estima-se que quase meio milhão de soldados de ambos os lados lutariam pelo controle do território estratégico.
Para a professora de Direito Internacional, Maristela Basso, já era esperada uma nova estratégia de Putin a partir de fevereiro, quando a guerra completa dois anos.
“Imagina-se que ele deva aumentar os ataques, aumentar os confrontos e assegurar de que não vai perder as zonas que já conquistou, como a Crimeia, por exemplo. A OTAN é a única que poderia, nesse momento, fazer frente a uma extensão da estratégia de Putin para além da Ucrânia.”
Maristela Basso, professora de Direito Internacional da USP
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