Segundo as investigações, uma mulher intermediava o contato com mulheres de baixa renda que concordavam em gestar os bebês por uma quantia em dinheiro
A Polícia Federal está investigando um esquema ilegal de ‘barriga de aluguel’ do Brasil para estrangeiros, após um incidente em que um americano tentou obter um passaporte para o seu recém-nascido num posto de emissão da Polícia Federal em São Paulo. Na certidão de nascimento apresentada, constava apenas o nome do pai, o que levantou suspeitas.
O americano, Filipe Galli, de 56 anos, relatou às autoridades que procurava ter um filho por meio de produção independente, tendo congelado embriões nos Estados Unidos. Ele contou que procurou a empresa Lavie Consultoria, por indicação de uma amiga, para auxiliar no processo de gestação no Brasil. A dona da empresa, Juliana Silva da Paz, teria oferecido um esquema ilegal de ‘barriga de aluguel’ a estrangeiros interessados em ter filhos no Brasil, o que é proibido pela lei brasileira.
Segundo as investigações, Juliana intermediava o contato com mulheres de baixa renda que concordavam em gestar os bebês por uma quantia em dinheiro, cujo valor está sendo apurado pela Polícia. Além disso, ela teria indicado o Dr. José Geraldo Alves Caldeira, do Instituto Paulista de Reprodução Humana, para cuidar do processo de gestação.
O Conselho Regional de Medicina de São Paulo negou os pedidos de reprodução assistida feitos pelo Dr. Caldeira em nome do americano, alegando divergências nas informações apresentadas. No entanto, foi descoberto um documento com um parecer falsificado do CREMESP, autorizando o procedimento.
Filipe Galli foi orientado por Juliana a não revelar o propósito de sua estadia no Brasil quando passasse pela imigração. Em mensagens de texto, ela instruiu-o a não mencionar a ‘barriga de aluguel’ e a omitir informações sobre o nascimento do filho.
Tanto Juliana Silva da Paz quanto o Dr. José Geraldo Caldeira estão sendo investigados pela Polícia Federal. O advogado de Caldeira afirmou que seu cliente não realizou o procedimento e sugeriu a devolução dos embriões aos Estados Unidos. A defesa também alegou que a colocação dos embriões foi feita sem o conhecimento do médico.
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