Segundo estudos, Google é um dos maiores emissores de gases poluentes do mundo

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Segundo estudos, Google é um dos maiores emissores de gases poluentes do mundo
Cess Idul, Unsplash

Cada pesquisa feita no Google tem um custo para o planeta em termos de poluição

Estudos revelam que o Google é um dos maiores responsáveis pela emissão de gases poluentes no mundo. A estrutura por trás do funcionamento da gigante de tecnologia gera 40% das emissões de gás carbônico relacionadas à internet.

Acompanhe a reportagem de Filipe Brandão.

O Google é uma das maiores empresas do setor de tecnologia e também uma das empresas da internet que mais emitem gases poluentes no meio ambiente.

Essas emissões derivam da eletricidade consumida pelo terminal de computador e pela energia usada nos grandes centros de dados operados pelo Google em todo o mundo para que a plataforma funcione.

Por conta dessa estrutura gigantesca, cada pesquisa feita no Google tem um custo para o planeta em termos de poluição e no mundo todo são mais de 3.5 bilhões de buscas por dia. Esse processo faz com que o Google seja responsável por 40% das emissões globais de gás carbônico.

Para a internet existir, ela requer milhares de centros de dados físicos em todo o mundo, conectados entre si por gigantescos cabos submarinos, por switches de rede e roteadores. Esses equipamentos exigem quantidades imensas de energia para funcionar, sendo que muitas vezes vêm de fontes que emitem dióxido de carbono na atmosfera durante o processo de queima de combustíveis fósseis.

Apesar de não ter o número exato da quantidade de gases emitidos confirmado pelo Google, uma pesquisa espanhola criou um projeto em 2015 que mostra uma estimativa.

O site utiliza dados do tráfego da internet em tempo real e é baseado no pressuposto de que a empresa processa cerca de 47 mil buscas por segundo, algo que representa, em média, 500 kg de gás carbônico emitidos por segundo. A plataforma também mostra que cada segundo gasto no Google exige que 23 árvores realizem fotossíntese para absorver todo o CO2 liberado.

Segundo o Google, o objetivo é zerar a emissão de gás carbônico até 2030, mas um especialista consultado pela equipe de reportagem afirma que isso é praticamente impossível sem que a empresa terceirize essas emissões para outras empresas.

Uma empresa pega as grandes atividades poluidoras dela e subcontrata outra empresa para fazer essas atividades que emitem, não só gases de efeito estufa, mas poluentes nos rios, poluentes na atmosfera, pra tentar impor uma imagem de empresa limpa, quando na verdade de limpa não tem nada, porque ela terceirizou a sua sujeira. Isso é comum de países desenvolvidos fazerem com países em desenvolvimento. As empresas usam esses escapes para maquiar as suas emissões de gases de efeito estufa, isso é muito indesejável.

Paulo Artaxo, pesquisador do Instituto de Física da USP

Por nota, o Google reforça que se preocupa com a sustentabilidade e que, por isso, desde 2007 usa carbono neutro como energia nos centros de dados e operações da empresa. Reafirmou ainda que até 2030 pretende operar com energia livre de carbono.

Assista à reportagem.

 

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