São potencialmente letais e programados para intervenções militares ou policiais cirúrgicas. Mas o que acontecerá se esta tecnologia cair nas mãos erradas?
Os killerbots – ou robôs assassinos – podem ter a forma de drones letais, robôs móveis carregados de explosivos ou, num futuro cada vez mais próximo, humanoides programados para abater um alvo. Estas máquinas usam inteligência artificial (IA) para identificar, selecionar e matar alvos humanos autonomamente.
Também podemos incluir nesta lista os microveículos aéreos mortais (micro air vehicles ou miniature UAV’s), que podem ter, por exemplo, a forma de insetos ou aves, e ser usados para acompanhar suspeitos, invadir lugares de difícil alcance e eliminar um alvo, sem correr o risco de entrar em combate direto com o opositor ou de ser avistado.
Este tipo de arma diminui drasticamente o número de humanos necessários em determinadas operações, reduz os recursos envolvidos e o número de tentativas necessárias para alcançar o objetivo das missões. Acima de tudo, minimiza de forma drástica a possibilidade de um contra-ataque, aumentando a precisão e a eficácia do ataque.

Um relatório de 2021, do Painel de Especialistas da ONU na Líbia, documentou o uso de um sistema letal de armas autônomas para atingir forças militares em retirada. Desde então, tem havido relatos de enxames e outros sistemas de armamento utilizados em campos de batalha em todo o mundo.
Já o recurso a um enxame de drones em combate terá acontecido pela primeira vez durante as operações em Gaza, em meados de maio de 2022, pelas Forças de Defesa de Israel (IDF). Nessa missão foi usado um enxame de pequenos drones para localizar, identificar e atacar militantes do Hamas. Acredita-se que essa tenha sido a primeira vez que a tecnologia foi usada em combate.
‘Slaughterbots’, o filme
Em 2017 surgiu o filme Slaughterbots (‘Máquinas de abate’, em tradução livre) produzido por uma organização americana que advoga a proibição da utilização de armas autônomas. Tornou-se viral nas redes sociais e mostra um cenário fictício, no qual killerbots caem nas mãos das pessoas erradas e matam civis inocentes, bem como opositores dos detentores do poder.
“Este vídeo não é só uma especulação. Ele mostra o que pode acontecer quando integramos e miniaturizamos tecnologias que já possuímos. O potencial da IA para criar benefícios para a vida humana é enorme. Porém, permitir que as máquinas decidam matar humanos será devastador para a nossa segurança e liberdade”, disse Stuart Russell, professor de Ciências da Computação na Universidade Berkeley, nos EUA, no final do vídeo.
Guerra tecnológica
Embora o uso de drones seja, há muito, algo relativamente comum em operações militares, os killerbots autônomos têm mudado as estratégias militares. Essa tecnologia, que não depende do controle humano, é comandada por algoritmos. Slaughterbots são pré-programados para atingir um ‘perfil de alvo’ específico. A arma é colocada no ambiente onde a sua IA procura o alvo usando dados recolhidos pelos sensores, como por exemplo o reconhecimento facial.

Quando a máquina detecta algo – através da sua IA e que condiz com o ‘perfil de alvo’ – dispara e elimina o objetivo da sua missão. Segundo a organização, estas armas, que usam algoritmos para matar, são imorais e constituem um perigo para a segurança global.
Embora já estejam em uso, não existe uma diretiva global que regule a utilização destas ‘máquinas de guerra’ – e coexistem visões divergentes sobre o grau de permissões que lhes pode ser atribuído. Os killerbots devem ser banidos completamente? Deve existir um painel global de intervenção? Estas são apenas algumas de muitas questões que ficam em aberto – e para as quais será necessário dar respostas concretas, muito em breve.
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