Uma carta pública assinada pelo bilionário Elon Musk e por centenas de especialistas para interromper o desenvolvimento da Inteligência Artificial provocou um enorme debate. A carta defende que a ferramenta está sendo desenvolvida para chegar ao ponto de ser algo incontrolável e, sobre o assunto, conversamos com Gustavo Torrente, professor de Tecnologia da FIAP.
O que exatamente é a Inteligência Artificial e como ela funciona?
A Inteligência Artificial, apesar de ser um termo que está em alta, existe desde a década de 1960 com os sistemas especialistas. Através de um conjunto de dados, algoritmos podem tomar decisões totalmente autônomas, sem depender de fato da criatividade ou do poder humano. Tudo isso baseado em um conjunto de dados e muitos algoritmos. Nós estamos falando de probabilidades estatísticas e conceitos matemáticos aplicados à tecnologia que são capazes de nos fornecer respostas em segundos.
O que que significa esse poder incontrolável que os próprios pesquisadores que trabalham com Inteligência Artificial tanto temem nesse momento?
O que está em jogo aqui é aquela ameaça existencial, aquele temor de que as máquinas vão substituir completamente o humano. Então, nós vivemos hoje um mundo de layoffs, auto índices de desemprego… Então esse risco à humanidade, somado a fake news e a golpes, juntando questões éticas, fazem com que pesquisadores e grandes nomes da tecnologia falem ‘Pausem as máquinas. Existe um grande risco para nossa humanidade’.
Quando nós pensamos sobre esse processo de criação da Inteligência Artificial, logo pensamos nos filmes de ficção científica. É possível que a Inteligência Artificial ultrapasse a dependência do ser humano e comece a pensar realmente por si?
Sendo bem direto, neste momento não. O ser humano tem pensamento crítico, tem a questão da criatividade, a capacidade de resolver problemas complexos. Isso, a máquina ainda não tem. A Inteligência Artificial é capaz de automatizar tarefas, então se você tem processos manuais, esses sim vão ser automatizados. Tudo que puder ser automatizado, vai ser. E com isso, claro, existe sim o risco de muitas profissões no presente serem substituídas pela máquina. Se o nosso trabalho é manual, se tem esforços repetitivos, isso é trabalho de máquina.
Muitas pessoas falam que a Inteligência Artificial até pode substituir algumas atividades, mas ela também abre portas para outros campos de emprego e outros tipos de trabalho. Como funcionaria isso exatamente?
Se olharmos para o passado, a sociedade sobreviveu à primeira Revolução Industrial, à automação de máquinas no campo. Muitos empregos deixaram de existir, mas novas posições foram criadas, porque não é a Inteligência Artificial por si só que vai substituir.
A Inteligência Artificial, como qualquer tecnologia, é meio e não fim. Então as pessoas precisam aprender a partir de agora a trabalhar em conjunto com a Inteligência Artificial para ter uma tomada de decisão melhor, como por exemplo nas áreas de advocacia e educação.
Continue acompanhando a entrevista sobre as mudanças vindas com a Inteligência Artificial.
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