Hackers têm aplicado golpes com um novo vírus virtual que prejudica as transações bancárias via Pix. É preciso tomar muito cuidado na hora de baixar qualquer conteúdo no celular para não ter os dados pessoais roubados pelos criminosos, nem realizar uma transação financeira para o destinatário errado.
João Figueiredo, especialista em segurança cibernética, participou do ‘Cidade Alerta’ e deu dicas do que fazer (ou não fazer) para não cair em golpes na hora de usar o Pix.
O especialista esclarece que o golpe do Pix é uma evolução natural do antigo keylogger bancário, em que as senhas do computador eram roubadas. Com a chegada do Pix, os criminosos migraram para os smartphones. Neste sentido, as formas do usuário se precaver contra golpes também são semelhantes.
Este vírus, depois de instalado no aparelho celular, detecta suas atividades no aplicativo do banco. No momento em que você vai fazer uma transferência via Pix, ele joga uma tela falsa cobrindo os dados do destinatário e acrescenta, por baixo, as informações dos criminosos e aproveitam para alterar o valor. Só quando você concluir a operação é que vai perceber que o dinheiro foi transferido para a conta do criminoso.
Como o vírus chega ao celular e como evitar tal transtorno?
A principal propagação dos vírus é no ato de clicar em um link malicioso. Se recebe emails suspeitos com ‘presentes’ ou pelo Whatsapp não deve clicar jamais.
Os jogos também são uma grande fonte de instalação de vírus, pois podem aparecer propagandas com os tais links maliciosos e você clica sem perceber. As crianças, que estão habituadas a jogar através dos aparelhos dos pais também podem acabar clicando sem intenção nestes links.
Outra fonte de contaminação são os sites com conteúdo adulto. Por isso toda atenção é pouca.
Uma vez que o vírus se implanta, é programado para ser persistente. A forma de removê-lo é levando em um técnico ou restaurando o aparelho de fábrica.
Às vezes a contaminação é automática (no clique), ou então o anúncio te obriga a instalar algum programa malicioso. Portanto, não instale nada sem saber do que se trata.
O vírus comete algumas falhas que podem ser detectáveis. No momento de fazer a transação via Pix, uma vez que o vírus cria uma máscara, a tela pode piscar sutilmente e demorar um pouco mais para realizar alguma etapa. Então, se notar algo do tipo, é motivo para suspeitar de que algo esteja errado. A dica é clicar no botão voltar, pois esta ação pode deixar o vírus atrapalhado e você será capaz de perceber que os dados para a efetiva transferência não eram os que você havia inserido.
Se houver alguma desconfiança, sempre volte ou interrompa a operação.
No entanto, os criminosos cada vez mais, aperfeiçoam esse sistema, por isso essas falhas sutis podem deixar de ser perceptíveis a qualquer momento.
Se você quiser uma proteção mais elevada (e puder), vale a pena considerar ter dois aparelhos, um somente para transações bancárias de altos valores e outro para demais ações rotineiras e/ou operações financeiras pequenas.
Veja a entrevista completa!
O programa ‘Cidade Alerta - SP’ tem como missão mostrar a realidade do dia a dia e a atualidade tal como são, colocando o telespectador no centro dos acontecimentos. Com o acompanhamento, em tempo real, da ação através de câmeras e equipes no exterior apoiadas por um helicóptero, este programa de jornalismo analisa, ao pormenor, casos de polícia e de investigação criminal.