As manifestações começaram quando Emmanuel Macron aumentou a idade mínima para a aposentadoria sem passar a proposta pelo legislativo
A França amanheceu hoje em greve, a primeira paralisação do país desde que o governo decidiu aprovar a reforma da previdência, sem votação na assembleia nacional.
Mais de 250 protestos foram programados em pelo menos quatro cidades. Trens e metrôs reduziram o funcionamento e companhias aéreas cancelaram 30% dos vôos. Professores e funcionários públicos também cruzaram os braços. Trabalhadores do setor de energia anunciaram corte de luz em várias regiões.
Grupos de manifestantes de Paris adotaram nova técnica contra o presidente Emmanuel Macron: rapidez e imprevisibilidade.
A cidade vive noite de protestos depois de dois atos de censura contra Macron fracassarem. Os manifestantes estão usando uma nova estratégia. Eles encheram as ruas de obstáculos, como bicicletas, sacos de lixo, dentre outras coisas. Tudo para dificultar o avanço das forças de segurança.
Os manifestantes afirmaram que se inspiraram nos atos ocorridos em Hong Kong. Em 2019 os cidadãos da ilha fizeram protestos contra as reformas políticas que restringiram a democracia no local.
Um dos protestantes enfatizou que segue também o lema do ator de origem chinesa, Bruce Lee, ‘Be water’, que significa ‘Seja água’. O conceito significa ser moldado como a água, que ocupa e toma forma dos recipientes.
As manifestações começaram quando Emmanuel Macron aumentou a idade mínima para a aposentadoria sem passar a proposta pelo legislativo. Semanas de protestos convocados pelos sindicatos não fizeram com que o presidente retirasse a reforma.
Ele defendeu que a impopular reforma da previdência entre em vigor até o final do ano. Durante a declaração a canais franceses, o líder disse que a medida é necessária para um sistema equilibrado, mas garantiu que preferia que ela não existisse. Macron ainda comparou os protestos nas ruas da França às invasões ao Congresso Nacional, em Brasília, e ao Capitólio, nos Estados Unidos.
O Ministro da Justiça do país pediu uma resposta criminal sistemática e rápida contra os mais de 300 manifestantes detidos.
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