Os Estados Unidos, com apoio do governo britânico, iniciaram a ofensiva contra o Iraque há duas décadas
A guerra no Iraque iniciada após a invasão dos Estados Unidos completa 20 anos. Durante os oito anos de conflito centenas de civis morreram e as consequências econômicas permanecem até hoje. Veja a retrospectiva!
As tropas da Coalizão Internacional formada por Estados Unidos e Reino Unido foram enviadas para o deserto iraquiano no dia 20 de março de 2003 sob a ordem de encontrar supostas armas de destruição em massa. O início da ofensiva foi contestado e ainda continua sendo tratado como assunto delicado, já que os armamentos químicos nunca foram encontrados.
George W. Bush, presidente norte americano na época, deu início a uma campanha para combater os países que representavam perigo para a paz mundial. Ele chamou as nações de ‘eixo do mal’ e afirmava que as operações eram uma guerra ao terror.
Ignorando totalmente a recomendação da ONU de não invadir o país árabe, os Estados Unidos, com apoio do governo britânico, iniciaram a ofensiva.
Muitos especialista apontam que a invasão aconteceu por conta de acordos financeiros, que envolviam tomar o controle das reservas de petróleo da região.
Em apenas uma semana de bombardeios e embate, o conflito já somava mais de mil mortos, entre eles centenas de civis.
Saddam Hussein, líder do Iraque, foi capturado pelas tropas estrangeiras em dezembro de 2003 em um bunker subterrâneo.
No julgamento, transmitido ao vivo, ele foi condenado à pena de morte pelos crimes cometidos contra a Humanidade. A execução por enforcamento aconteceu no dia 30 de dezembro de 2006. Além de não encontrar as supostas armas químicas do regime de Hussein, a intervenção norte americana no Iraque ainda incitou a criação de grupos fundamentalistas por todo o Oriente Médio, como o Estado Islâmico, aumentando a violência na região.
Depois de um tempo, diversos países começaram a enviar tropas para ajudar os americanos e os ingleses, entre eles a Austrália, Espanha, Itália e Ucrânia.
No total, mais de 500 mil soldados estrangeiros estavam envolvidos na guerra no Iraque.
A saída definitiva das tropas internacionais só aconteceu em 2011, oito anos anos do começo do conflito. Estudos apontam que mais de 100 mil vidas inocentes foram tiradas durante esse tempo, mas as consequências da invasão ainda permanecem.
Depois do fim da guerra, diversos conflitos pelo poder tomaram conta do país. O trauma mais recente veio da ocupação de quase um terço do território do Iraque pelo grupo Estado Islâmico entre 2014 e dezembro de 2017, quando Bagdá e uma coalizão internacional anunciaram vitória militar contra os extremistas.
Após as guerras, o Iraque afundou em um cenário de instabilidade. Apesar de ser um país rico em petróleo, as exportações são alvo de discussões tensas.
No fim de 2019, protestos contra a corrupção, o desperdício de dinheiro e a interferência do Irã tomaram conta do país. As manifestações foram reprimidas de forma sangrenta.
Em outubro de 2021, o Iraque organizou eleições antecipadas. Depois de um ano de paralisação política e de confrontos armados pontuais entre grupos xiitas rivais, Mohammed Shia’ Al Sudani foi anunciado como Chefe de Governo. Ele prometeu lutar contra corrupção, respeitando os procedimentos em vigor no país.
O Iraque também enfrenta a decadência das infraestruturas. Os problemas provocam cortes diários de energia elétrica, falhas no abastecimento de água e até o colapso de estradas. O cenário transforma o dia-a-dia de luta constante para os 42 milhões de iraquianos, em particular os mais de 30% que vivem na pobreza.
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