O Hamas pode ter arrecadado o equivalente a R$ 200 milhões para financiar os ataques a Israel só em criptomoeda. Especialistas dizem que os terroristas usam as moedas, porque é bem mais difícil descobrir a origem do dinheiro.
Uma plataforma 100% digital praticamente anônima
Quem compra e vende as criptomoedas é identificado apenas por uma sequência de letras e números, o chamado endereço das carteiras.
“Naquele primeiro momento você não tem o nome das pessoas e quem são os responsáveis por essa carteira. É preciso uma investigação e é por essa característica que o crime cada vez mais vem aderindo às transações com criptoativo.”
José Milagre, especialista em criptomoedas
Segundo especialistas, para manter o anonimato, os apoiadores transferem quantias em criptomoedas para os terroristas do Hamas.
Essas carteiras de moeda virtual são compartilhadas principalmente dentro do aplicativo de mensagens russo, Telegram, tudo para dificultar a identificação e rastreamento do doador.
“É possível comprar praticamente tudo com criptoativos hoje, de veículos a armas, a remédios, a fórmulas, a produtos químicos, pagar pela prestação de serviços de pessoas, então não existe limite para que o que possa ser comprado hoje com criptoativos.
José Milagre, especialista em criptomoedas
As transações com criptomoedas correspondem a 20% do faturamento de grupos terroristas ao redor do mundo, segundo levantamento de agências de notícias internacionais.
Estima-se que, para financiar o ataque a Israel, o Hamas tenha arrecadado 40 milhões de dólares só em criptomoedas, algo como R$ 200 milhões.
Apesar de ser um sistema sigiloso e sem regulamentação por instituições financeiras, empresas que investigam fraudes digitais têm conseguido identificar as contas, tanto de quem transfere, quanto de quem recebe criptomoedas. Para evitar que o Hamas tenha acesso a recursos doados dessa maneira, o Governo de Israel pediu o bloqueio de ao menos 300 contas digitais.
Assista à reportagem.
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