Exclusivo: Chefe do Hamas fala pela primeira vez com uma equipe brasileira

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Exclusivo: Chefe do Hamas fala pela primeira vez com uma equipe brasileira
Lior Haiat, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Israel, Basem Naim, Chefe do Departamento Político do Hamas | © Record TV

Pela primeira vez na guerra do Hamas contra Israel, uma equipe brasileira de televisão conversa com um dos líderes do Hamas. Na reportagem do enviado especial, André Azeredo, você pode ver o que o grupo terrorista tem a dizer sobre a invasão do dia 7 de outubro, que terminou com o massacre de israelenses palestinos e o sequestro de civis.

Eles estão em lados opostos e têm versões diferentes para os ataques.

Tiveram mortes uma semana antes do bombardeio de 7 de outubro, 253 palestinos foram mortos na Cisjordânia, nas semanas anteriores, todos os prisioneiros estavam sob ameaça de serem executados.

Basem Naim, Chefe do Departamento Político do Hamas

O Hamas é uma organização terrorista brutal que entrou em território israelense com milhares de terroristas. Eles massacram, assassinam e executam cidadãos israelenses.

Lior Haiat, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Israel

Pela primeira vez, um representante do grupo Hamas conversa com uma equipe brasileira de televisão e faz revelações surpreendentes sobre o conflito.

Basem Naim é Chefe do Departamento Político do Hamas. Na entrevista, ele afirmou que o sequestro de israelenses é a única forma de libertar, segundo ele, 5.800 palestinos que o Hamas considera presos políticos.

Tentamos todos os meios para libertá-los, portanto, temos o direito de defender o nosso povo.

Basem Naim, Chefe do Departamento Político do Hamas

O repórter, André Azeredo, pergunta se fazer israelenses reféns é uma estratégia. Naim responde que sim e garante que estão todos vivos.

Para nós, é um verdadeiro tesouro. Precisamos dessas pessoas vivas nas melhores condições para trocarmos por prisioneiros.

Basem Naim, Chefe do Departamento Político do Hamas

Lior Haiat é porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Israel. Desde o dia 7 de outubro, primeiro dia do ataque, o Exército israelense tenta destruir a força militar do grupo radical islâmico Hamas e busca ainda por 199 reféns.

O Hamas está fazendo reféns, raptando bebês, rapazes, mulheres, sobreviventes do holocausto. Isso é contra todas as leis internacionais. Eles estão tentando encontrar desculpas para essa atividade desumana.

Lior Haiat, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Israel

A invasão do Hamas foi registrada pelos integrantes do grupo terrorista em vídeos, onde homens armados fazem uma caçada e atiram dentro das casas de israelenses. Lior Haiat diz que a barbárie é uma amostra de que o único objetivo do Hamas é matar cidadãos israelenses.

Eles querem um estado islâmico, um califado. Estão matando uns aos outros e nos atacando. Seu único propósito é matar judeus. Isso faz parte dos seus ideais: matar judeus em Israel e em todo o mundo. É uma organização terrorista.

Lior Haiat, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Israel

O Hamas é um grupo político que venceu as eleições na Faixa de Gaza em 2006. Segundo Naim, a Comunidade Internacional nunca aceitou o resultado, isolou o Hamas e passou a considerá-lo uma organização terrorista.

Qual a referência para terrorista? Não podemos aceitar uma lei internacional como referência. Eu entendo que qualquer povo que viva sob uma ocupação tem o direito de resistir, inclusive com armas. Pelas leis internacionais, devem respeitar os direitos humanos, fornecer condições mínimas de existência e não ficar transferindo as pessoas de lugar. Hoje temos certeza de que, se bem analisado, chegará à conclusão de que Israel é um estado terrorista e o Hamas tem o dever de resistir a essa ocupação. Por que é que agora matar civis é tão importante para a Comunidade Internacional, para os países ocidentais?

Basem Naim, Chefe do Departamento Político do Hamas

Israel tem o apoio da Comunidade Internacional e de países como os Estados Unidos, que auxiliam as forças israelenses no combate ao terrorismo.

Eles sabem que a Comunidade Internacional está ao lado de Israel, que as pessoas do mundo inteiro os veem como animais desumanos, terroristas e bárbaros. Foram responsáveis pelo pior ataque contra os judeus desde o Holocausto e pagarão um preço enorme por isso.

Lior Haiat, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Israel

De um lado, a destruição e o assassinato de civis israelenses. De outro lado, uma contraofensiva armada que também gerou mortes e provocou uma crise humanitária na Faixa de Gaza.

A situação é cada vez mais tensa na região sul de Israel com bombardeios e explosões e, por enquanto, sem o menor sinal de ambos os lados de negociações cessar-fogo e paz

O repórter questiona o porta-voz sobre a possível existência de dois Estados (Palestina e Israel) convivendo de forma pacífica no Oriente Médio. Lior Haiat diz não ter essa resposta.

Eu não sei. A primeira coisa que temos de fazer é terminar o que começamos, que é por fim ao controle do Hamas na Faixa de Gaza. Não há tempo para falar sobre negociação. Esta é a hora de entrar em guerra. Assim que terminarmos a guerra, veremos o que vamos fazer.

Lior Haiat, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Israel

Para o representante do Hamas, por enquanto, uma possível conciliação está fora dos planos.

Hoje, praticamente, não há qualquer hipótese para um Estado palestino, porque o atual Governo israelense decidiu e está discutindo agora como controlar a Cisjordânia. Portanto, de novo, esta questão deveria ser dirigida aos israelenses. Nós somos as vítimas, nós somos os que estão sob pressão. Esta questão deveria ser dirigida aos israelenses. ‘Você está pronto para aceitar um Estado palestino?’

Basem Naim, Chefe do Departamento Político do Hamas

Com o número de mortos subindo a cada dia e novos conflitos, Israel avança para ter o controle da Faixa de Gaza.

O Hamas já espera o pior e defende que a saída para o conflito é a política sem as forças militares.

Estamos falando de um Estado civil democrático e livre e o que estamos fazendo agora como Governo é implementar a lei Palestina, que é uma lei civil democrática. A questão é que esse é um conflito político e não pode ser resolvido com ferramentas militares.

Basem Naim, Chefe do Departamento Político do Hamas

Apesar dos apelos de civis que vivem com medo dos dois lados, o Governo israelense afirma que a ofensiva do Exército não tem data para terminar.

Ninguém no mundo deveria viver ao lado de um vizinho que tem como único propósito matar você. Israel deixou a Faixa de Gaza sem qualquer intenção de voltar. Poderíamos ter feito da Faixa de Gaza um exemplo de coexistência onde judeus e palestinos pudessem viver lado a lado. Eles mataram, assassinaram, massacraram. Isso é inaceitável, Não vamos permitir que isso continue.

Lior Haiat, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Israel

Assista à reportagem.

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