De 82 anos, a arquiteta decidiu deixar de lado os projetos tradicionais de grandes prédios e agora se dedica a mudar a vida de pessoas que sofrem com as enchentes
Yasmin Lari, de 82 anos, é a primeira mulher do país a se formar arquiteta. Ela constrói casas à prova de enchentes e monções.
Monções são o fenômeno climático que alterna chuvas fortes com secas prolongadas durante o ano. No sul e no sudeste da Ásia, por causa da crise climática, o fenômeno está cada vez mais severo e imprevisível.
No ano passado, as enchentes desabrigaram 8 milhões de pessoas.
As moradias projetadas pela arquiteta são elevadas por bambus fincados profundamente no solo, fortes o suficiente para aguentar a correnteza, e levam apenas materiais amplamente disponíveis e baratos como argila, cal, bambu e palha.
Com treinamento, os próprios moradores podem construí-las a um custo de cerca de 858 vezes a menos do que uma casa de cimento e tijolos.
O projeto piloto tem 100 casas que salvaram famílias das enchentes do ano passado, quando um terço do Paquistão ficou debaixo d’água.
O Paquistão é responsável por menos de 1% das emissões mundiais de gases causadores do efeito estufa, mas é uma das nações que mais sofrem com os efeitos do aquecimento global.
A arquiteta agora quer ampliar o projeto para um milhão de casas protegidas contra enchentes.
A arquiteta Lari, que estudou no Reino Unido e assina este projeto premiado na capital paquistanesa, diz que o objetivo é alcançar o nível máximo de sustentabilidade e autonomia para os paquistaneses.
“Foi uma maneira de fortalecer as pessoas para que pudessem se defender sozinhas. Meu lema é carbono zero, desperdício zero e nenhuma necessidade de doações externas. Acho que isso leva a pobreza zero”, afirma.
Confira a reportagem:
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