Depois de uma cirurgia de coluna e dos efeitos da anestesia, Abby Fender não reconhece a própria voz
A mulher, de 39 anos, deixou o hospital com três sotaques estrangeiros e de países que ela nunca sequer visitou. Ela mora em Frankston, no Texas e conta que tudo começou há três anos, quando precisou fazer uma cirurgia de hérnia de disco.
Ao ‘Domingo Espetacular’ ela conta que, ao acordar da anestesia, ela logo percebeu algo estranho na voz:
“Eu não conseguia falar, era quase um sussurro, porque as minhas cordas vocais não estavam vibrando. Aí eu reparei que quando eles tentaram me dar água, eu engasguei imediatamente. Algo estava muito errado”
Depois da voz desafinada e muito aguda, veio a maior surpresa: um sotaque típico de países do leste europeu como Ucrânia e Rússia.
Os últimos três anos foram de inúmeras consultas, exames e especialistas para entender porque ela acordou de uma cirurgia na coluna falando com sotaques diferentes.
O problema, chamado por Síndrome do Sotaque Estrangeiro, é acometido por conta de uma lesão no sistema nervoso central, em que o falante começa a falar com sotaque que não é oriundo da sua língua materna e pode estar conectado a outras alterações de linguagem e fala.
A síndrome desafia pesquisadores e especialistas no mundo todo. O diagnóstico é difícil e pode estar ligado a algum dano neurológico na região do cérebro responsável pela fala.
Sobre a causa para isso ter acontecido, um médico neurologista sugere que durante a cirurgia na coluna são feitos a alguns procedimentos como a laringe, que é onde estão as cordas vocais.
Outros casos:
Uma fonoaudióloga já tratou três brasileiros com a síndrome do sotaque estrangeiro.
Um deles, que ganhou um sotaque argentino, foi por conta de um AVC. No segundo caso, o motivo foi um traumatismo e no terceiro era o seu Elcio. Há cinco anos, ele caiu do telhado de sua casa de cabeça e perdeu massa encefálica. Com risco de morte, voltou da UTI falando uma mistura de sotaque argentino com americano.
Por causa das condições financeiras, seu Elcio teve que interromper a terapia com a fonoaudióloga e o seu estado de saúde piorou muito.
A fonoaudiologia, nestes casos, trabalha basicamente para minimizar os danos que acontecem na fala da pessoa com essa síndrome.
Conheça outros exemplos e entenda mais desta condição:
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