Apresentador vai a um dos lugares mais perigosos do planeta, um lugar sem lei, onde a morte acontece a cada esquina
O ‘Domingo Espetacular’ e o ‘Câmera Record’ desembarcaram na Cidade do Cabo, na África do Sul, um lugar conhecido em todo mundo por paisagens de tirar o fôlego. No entanto, a beleza do lugar também esconde outro lado bem diferente: o da criminalidade.
Depois de dias de negociação, Roberto Cabrini teve acesso com exclusividade a um território proibido, o coração de uma das maiores gangues da cidade sul-africana.
Roberto ficou frente a frente com os mais perigosos e temidos criminosos do país. O jornalista cruzou o Oceano Atlântico com o questionamento:
Como uma cidade que era considerada um paraíso no país pode ter tanta atrocidade e todo o tipo de crime?
A resposta ele mesmo dá: é uma “selva dos homens”.
Para Cabrini conseguir entrar no local, uma zona proibida, teve de haver muitas negociações! Só assim ele conseguiu chegar à periferia da Cidade do Cabo e mostrar a realidade de assassinatos, de tráfico, de drogas, de armas e de mortes sem piedade.
Diversas gangues dividem o espaço e têm os jovens como as suas principais vítimas. Por lá, crianças costumam morrer muito cedo e, se isso não acontece, começam a fazer parte do poder das gangues. Andam com armas de brinquedo no bolso e constroem alguns desses artefatos rudimentares. Não demora muito para que passem para as armas convencionais.
Um dos personagens entrevistadas por Cabrini foi Leon Jacobs, que conta que jovens sem perspectiva e sem estrutura familiar são seduzidos pelo crime. Ele diz que atualmente por lá há uma geração de garotas que se prostituem cedo e de jovens que matam friamente.
Ele conta que, com 15 anos, largou a escola e nunca mais voltou. Tornou-se um gângster por 20 anos, ficou 6 anos preso e, dentro da prisão, também pertenceu a outra gangue muito poderosa.
Na visão dele, o crime não vai acabar tão cedo!
Outros personagens da reportagem exclusiva de Cabrini contam que matam pessoas desde os 16 anos e que, muitas vezes, já perderam até as contas da quantidade de mortos.
A escassez do lugar é um dos primeiros passos para a criminalidade, afinal, como mostra o jornalista, os criminosos não têm nada a perder. Para jovens que não tem trabalho, estudo e perspetiva, entrar para uma gangue pode ser a única saída. “Eles oferecem coisas boas, dinheiro e poder também”, conta um jovem ao repórter.
Outro afirma: “carregar uma arma como esta é o melhor sentimento que posso ter. É a única vida que temos e com as armas temos poder, ditamos as regras”.
De acordo com o jornalista, é uma área carente, sem lugar pra dormir, com lixo espalhado, gangues em todo o lado.
“É um desastre social e devastador”, desabafa Cabrini.
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Segundas, 9:15 (Lisboa/Londres)
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