Opinião: Técnica pode permitir que pais escolham sexo dos bebês

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Opinião: Técnica pode permitir que pais escolham sexo dos bebês
© Envato

Uma nova técnica de fertilização in vitro permite que os pais possam escolher o sexo dos bebês

O método foi desenvolvido por cientistas da Weill Cornell Medicine, e segundo eles, se trata de uma técnica “extremamente segura, eficiente e barata”, além dos resultados mostrarem uma eficácia de 80%. Mas se trata de uma medida proibida no Brasil.

Edson Borges Júnior, ginecologista e membro da Associação Brasileira de Reprodução Assistida, trouxe alguns detalhes sobre esse tema.

Acompanhe a fala do especialista que segue:

A identificação do sexo do embrião para se saber se vai nascer um menino uma menina realmente é um desejo muito antigo e que vem junto com todas as técnicas de reprodução assistida.

Agora, nos Estados Unidos, foi publicado em uma revista bastante importante um artigo sobre este tema. O pesquisador que, coincidentemente, foi o criador do ICS, da injeção de um único espermatozóide no óvulo em 1992 descobriu a técnica que, por meio de migração, separa espermatozóides X e Y com a acuracidade de 80%.

Opinião Técnica pode permitir que pais escolham sexo dos bebês
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A técnica de separação dos espermatozóides já é bastante conhecida. Porém, esta precisão é muito menor nas técnicas tradicionais. Pensar em 80% é um número bom, mas, de longe, não vai tirar um anseio dos casais para uma precisão que garanta o nascimento de um menino ou uma menina.

Claro que o posicionamento ético de tudo isso é bastante complexo, porque hoje nós falamos em medicina reprodutiva, isso é, uma medicina para tratar um problema médico, que é um problema de infertilidade. Ou seja, associar essa técnica a uma estimulação da ovulação a uma fertilização in vitro somente para escolha do sexo do bebê é eticamente muito contestável.

Aqui no Brasil, o Conselho Federal de Medicina já deixa muito claro em todas as suas resoluções que a escolha do sexo não é permitida, a não ser em situações muito especiais, como doenças ligadas ao sexo e outras situações.

Então temos de pensar muito bem em relação a isso. Apesar da técnica não ser totalmente eficiente, ela deve entrar na pauta das discussões de nós, especialistas em medicina reprodutiva, para julgarmos se realmente esta técnica deve ir para frente ou não.

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