O acúmulo de coisas tem um limite que, se ultrapassado, precisa de ter cuidado
A Organização Mundial da Saúde calcula que mais de 180 milhões de pessoas sofrem de transtorno de acumulação compulsiva. Segundo especialistas, o acumulador compulsivo cria um vínculo emocional com os itens.
Em São Paulo, a Prefeitura recolhe toneladas de entulho de casas pela cidade. Acompanhe a reportagem!
Em uma casa deu para encher a caçamba de um caminhão. Trabalho que levou uma manhã inteira. Colchões velhos, garrafas vazias, gaiolas, papelão… tudo acumulado na porta da casa. Foram os vizinhos que pediram ajuda para limpar a casa. E não foi a primeira vez.
A comunidade toda aqui se uniu, já limpou uma, duas, três vezes. A Prefeitura também já veio e já limpou também, mas, como ele junta rápido, em uma semana já está de novo.
Sueli de Abreu, aposentada
Dona Sueli acrescenta que a vizinhança está cansada do mau cheiro e preocupada com os ratos, cobras e até escorpiões que aparecem ali.
A equipe de reportagem do ‘Jornal da Record’ tentou gravar com a família que vive na casa, mas ninguém quis falar. Quem vive com o transtorno de acumulação compulsiva sofre com as consequências do próprio comportamento.
Segundo especialistas, o acumulador compulsivo sente uma grande necessidade de adquirir e guardar cada vez mais objetos. Ele cria um vínculo emocional com esse material e não consegue se desfazer dele. Com o passar do tempo, começam os problemas sociais e familiares, falta espaço para a família e para os amigos.
Só no ano passado, mais de 420 toneladas de detritos foram removidas das casas de acumuladores na cidade de São Paulo. De janeiro até agora, o volume já chega a 24 toneladas.
O pesquisador da UFRJ, Leonardo Fontenelle, diz que o primeiro sintoma do transtorno de acumulação é um sofrimento que o indivíduo apresenta ao tentar jogar diferentes objetos fora. O segundo sintoma é a desordem que resulta dessa acumulação.
A especialista do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo, Roseli Gedanke, afirma que a ciência ainda não consegui apontar as causas desse comportamento compulsivo. Mas existem níveis de gravidade com situações em que a casa toda é tomada pelos objetos acumulados e se tornam uma questão de saúde pública.
Seria bacana ter uma política de rastreamento, em primeiro lugar, onde as pessoas pudessem ser diagnosticadas. Que elas tivessem acesso ao tratamento e que os profissionais também tivessem acesso à possibilidade de especialização, porque essas especializações acabam sendo caras e não acessíveis a qualquer profissional que se forma.
Roseli Gedanke, especialista do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo
Confira a reportagem completa aqui!
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