Sérgio Aguiar relembra seu percurso no mundo da televisão

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Sérgio Aguiar relembra seu percurso no mundo da televisão
Créditos: Edu Moraes

“Sinto-me orgulhoso por ter chegado ao ‘Domingo Espetacular’ pelo reconhecimento do meu trabalho e dos meus valores.”

À Record TV, Sérgio Aguiar relembrou seu percurso na televisão e recordou alguns dos momentos mais importantes da sua carreira.

Começou por admitir que, apesar de ter um grande fascínio pela televisão, não tinha, de todo, – nos primeiros anos após a graduação – as bases e aprendizados, nem esperança para entrar neste mundo de trabalho. No entanto, o destino foi generoso e justo para Sérgio.

O jornalista começou seu estágio fazendo coberturas e trabalhos em rádios em 1990. Ainda fez parte de alguns programas da Record TV como o ‘Fala Brasil’ e o ‘Câmera Record’. Agora dá a cara no ‘Domingo Espetacular’ onde apresenta notícias de forma clara, segura e firme.

Como o jornalismo entrou em sua vida?
Sou carioca da zona norte do Rio de Janeiro. Morei muito tempo nos bairros do Méier e da Tijuca. Foi aos 17 anos que tive a necessidade de escolher um curso superior. Tive que definir meu caminho universitário e profissional muito novo, foi duro. Como jogava voleibol na época, pensei em seguir educação física, no entanto acabei por reconhecer que gostava apenas do esporte e não da profissão em si. Pensei também em História, mas acabei escolhendo a Comunicação Social, mais precisamente o Jornalismo. Passei no exame e entrei no curso. Não tenho nenhum jornalista na família e também não fui protegido por nenhum deles após a graduação. Sinto-me orgulhoso por ter chegado até ao ‘Domingo Espetacular’ pelo reconhecimento do meu trabalho e dos meus valores. Não quero que seja um clichê, mas penso que, apesar de todas as dificuldades que sabemos que existem, ainda há como vencer no Brasil com dedicação e determinação.

Conte-nos um pouco mais sobre sua trajetória profissional…
Entrei na Record TV em janeiro de 2019 a convite do vice-presidente de Jornalismo, António Guerreiro. Adoro a televisão, mas, para ser sincero, não tinha, nos primeiros anos de formação, nenhuma esperança em trabalhar em um canal de TV. Achava difícil, porque sou tímido e, como disse, não tinha na família nem conhecia ninguém na profissão que pudesse me ajudar. Imaginei que a rádio seria mais fácil para mim por causa da potência da minha voz – que herdei do meu pai. Entrei em uma rádio do Rio como estagiário em 1990 e acabei ficando lá até 1993. Foi uma grande escola. Não havia o conforto nem a funcionalidade dos equipamentos poderosos como os telefones que temos hoje em dia. Nas manifestações, por exemplo, pagávamos para utilizar os telefones públicos e gravávamos os acontecimentos ao vivo. Se a manifestação se movimentasse, era preciso ter todos os dados do texto na cabeça, pois os telefones públicos, obviamente, estavam presos ao chão e não dava para levá-los e continuar falando. [risos] Em 1993, a rádio comprou três telefones, uma tecnologia que estava chegando ao Brasil. Semanas depois eu e mais alguns fomos despedidos. Costumo dizer que fomos trocados por três telefones. [risos]

Qual foi o verdadeiro motivo?
Acho que foram motivos diferentes. No meu caso, pouco tempo antes tinham-me oferecido a possibilidade de ser locutor em uma das maiores rádios brasileiras. No entanto, recusei e expliquei que, como ainda não tinha diploma, poderia dar algum problema. Não me disseram o motivo real, nunca vou saber, mas imagino que, depois desse ‘não’, eles tenham ficado sem projetos para mim naquele momento.

O que fez depois dessa rádio?
Fui para a Rádio CBN, onde fiquei até 1996. Lá fiz várias coberturas importantes como a morte de Ayrton Senna, o Mundial de Futebol de 1994 e ainda foi uma fase de muitos abusos e sequestros no Rio de Janeiro. Nessa altura também trabalhei na extinta TV Manchete e em 1996 aceitei o convite de Alice Maria para integrar a equipa da GloboNews. Foi aí que fiz também várias coberturas, apresentei programas etc.

Depois apareceu a Record TV…
Exatamente. Em 2019 aceitei o convite do António Guerreiro e estou aqui. Apresentei vários programas como o ‘Jornal da Record’, o ‘JR Trade’, ‘Câmera Record’, ‘Fala Brasil’ até chegar ao ‘Domingo Espetacular’ onde sou muito feliz ao lado da Carolina Ferraz. Sou muito bem tratado na Record TV – uma emissora que tem profissionais espetaculares. Para dar um exemplo, o ‘Domingo Espetacular’ ganhou um Emmy Awards 2022 na categoria ‘Notícias e Assuntos Atuais’.

Teve algumas dificuldades nos momentos das coberturas?
Passei a maior parte da minha carreira dentro de estúdios como apresentador. No entanto, quando fui repórter de rua no Rio de Janeiro, fiz alguns trabalhos arriscados sem a devida proteção. Ao longo do tempo, as condições de proteção aos jornalistas foram se aprimorando. Agora, os colegas vão até os locais com coletes e certas orientações e protocolos para seguir. No entanto, cheguei a enfrentar algumas situações em que houve tiros e tivemos de nos esconder em casas de moradores, comércios etc. Lembro-me de uma em específico. Foi na comunidade de Vigário-Geral, na zona norte do Rio. Os traficantes mataram um homem que tinha violado sexualmente uma menor. Como não estavam, claramente, satisfeitos com a situação, chamaram os jornalistas para mostrar e comentar o caso. Queriam mostrar a situação como se tivessem feito justiça pelas próprias mãos. Quando chegamos lá começaram a gritar para nos conduzir até o corpo e eu só pensei “Onde é que vim me meter?”. [risos]

Nos estúdios também aconteciam alguns entraves?
Sim, mas de outra forma. Nos estúdios os problemas são os erros técnicos, sobretudo nas apresentações ao vivo que hoje ocupam um espaço cada vez maior em relação ao material gravado. Quando um microfone, câmera ou luz para de funcionar… são coisas de última de hora que não dão para prever.

Lembra-se de alguma brincadeira da qual foi vítima em estúdio?
Sim. Houve uma vez que estava ao vivo mostrando um aplicativo da Nasa muito interessante e decidi baixar o aplicativo para projetar a imagem do meu celular para o público. Eu pensei que o único problema seria alguém me enviar uma mensagem no momento da projeção, mas achei que todos saberiam que àquela hora eu estaria ao vivo. Decidi arriscar e claro que aconteceu o que não deveria acontecer. [risos] Recebi uma mensagem de brincadeira enviada por alguém. Nesse momento, disse ao público que tinha acontecido uma falha técnica, tirei o aplicativo do ar e segui em frente. Outra situação é o barulho irritante que o ‘in ear’ faz no nosso ouvido. Quando nós queremos ler um texto ou fazer um comentário tranquilo e a sorrir, é muito complicado quando se tem um barulho verdadeiramente horrível no ouvido. Mas, claro, tem que se superar pelo amor à profissão. [risos]

O que mais gosta de fazer quando não está trabalhando?
Ler. A paixão pela leitura sempre foi uma das motivações para escolher o jornalismo. Acompanho notícias na televisão, leio jornais, ouço rádio etc. Nós jornalistas não conseguimos nos desligar por completo. Além disso, gosto de viajar, conhecer lugares e praticar a minha mais recente paixão: correr. Comecei a correr há 7 anos e foi uma das melhores descobertas da minha vida. Concluí provas muito importantes fora do Brasil, a Maratona de Nova Iorque – a mais importante do mundo. Além do prazer e dos benefícios para a saúde, acredito que é uma forma de estimular as pessoas a sair do sedentarismo. Foi correndo que conheci várias cidades sob ângulos diferentes, o que é ótimo. Correr, para mim, é um detox.

Com sede em Portugal, a RECORD EUROPA é, desde 2006, responsável pela emissão das atrações já conhecidas pelo público brasileiro para mais de 150 países, além de apresentar produções locais. Os conteúdos compartilhados nas suas mídias digitais informam tudo o que é mais relevante sobre os acontecimentos da Europa e do mundo, além da programação da emissora.