Disparou o número de idosos inadimplentes nos últimos quatro anos
O número é 15 vezes maior na comparação com os jovens de até 25 anos. O excesso de empréstimo consignado é um dos principais fatores para os aposentados não conseguirem pagar as contas básicas, como a de água e luz, por exemplo.
Acompanhe a reportagem de Emerson Ramos.
Para ajudar familiares, pessoas com mais de 60 anos fazem empréstimos consignados e acabam sem dinheiro para pagar suas contas próprias.
Foram três décadas de muito trabalho como metalúrgico. O senhor Odesio planejava uma vida tranquila na aposentadoria.
Mas os filhos dele precisaram de ajuda e o aposentado gastou as economias na compra de dois caminhões pequenos para que eles pudessem trabalhar.
Começaram então os gastos para a manutenção dos veículos, que se somam às despesas médicas altas que Odesio já tem depois de uma cirurgia na coluna. Ele recorreu ao crédito consignado e hoje paga nove empréstimos ao mesmo tempo.
Ainda vai demorar para ele se livrar dessas dívidas, alguns dos empréstimos têm parcelas até 2027, outros até 2029. Com o que o senhor recebe hoje de aposentadoria, depois do desconto dos consignados, está faltando dinheiro até para pagar as contas básicas do dia a dia.
Um estudo mostrou que de 2019 para cá, aumentou a inadimplência dos idosos brasileiros. O número de pessoas com mais de 60 anos que não conseguem pagar as dívidas cresceu acima da média da população em geral.
O professor, Alberto Ajzental, diz que a dificuldade dos idosos tem relação direta com os problemas financeiros de parentes.
“Essa idade intermediária de 25 a 60, chegou no limite da sua capacidade de endividamento, saturou e tiveram de recorrer aos avós aos mais velhos que são aposentados e pediram para eles emprestimos.”, disse.
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