Polícia Federal do Brasil prende suspeitos de planejar ataques contra Sergio Moro e outras autoridades

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Polícia Federal do Brasil prende suspeitos de planejar ataques contra Sergio Moro e outras autoridades
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Nessa quarta-feira (22), nove pessoas foram presas suspeitas de planejar atentados contra autoridades públicas

Os planos incluíam sequestros e assassinatos. Entre os alvos da facção criminosa, estava Sergio Moro, ex-ministro da Justiça e atual senador. Lincoln Gakiya, promotor de São Paulo que investiga a organização há quase 20 anos, também era um alvo.

Cento e vinte policiais foram às ruas no Distrito Federal e outros quatro estados. Nove pessoas foram presas — sendo seis homens e três mulheres —, todos em São Paulo. Outros dois procurados com mandado de prisão expedido são do Paraná. Foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão.

No Paraná, os policiais chegaram a um imóvel que fica próximo ao Aeroporto Internacional de Curitiba e seria usado possivelmente como um cativeiro. Nele, encontraram uma parede falsa.

O principal alvo da operação, Janeferson Aparecido Gomes, conhecido como Nefo, foi preso. Segundo as investigações ele era o responsável pelo monitoramento do senador Sergio Moro, principal alvo do grupo. Mais de 10 criminosos se revezavam monitorando 24 horas por dia Moro e a sua família em Curitiba.

Eles chegaram a alugar um escritório comercial em um prédio vizinho ao do senador, de onde tinham visão privilegiada do apartamento onde vive.

Nas interseptações feitas pela polícia, os criminosos chamavam moro pelo codinome Tóquio e chegaram a vigiar até um posto de combustível frequentado pelo senador. Sabiam que o alvo costumava comprar charutos na loja de conveniência e tinham uma tabela com os horários que Moro mais visitava o local. Segundo os investigadores, o grupo estava pronto para agir e esperava apenas um comando das lideranças da facção.

A operação ganhou o nome de Sequaz, que se refere ao ato de seguir, vigiar, acompanhar alguém. O nome foi dado devido ao método utilizado pelos criminosos para fazer o levantamento de informações das possíveis vítimas. 

Plano vingativo

De acordo com a Polícia Federal, a quadrilha queria se vingar de Moro por medidas que ele adotou quando foi Ministro da Justiça e Segurança Pública. Na época, uma portaria fez com que visitas a presídios federais de segurança máxima passassem a ser feitas por meio do parlatório, um sistema que usa interfones e os presos e os visitantes ficam separados por um vidro ou por videoconferência.

Além disso, as visitas deveriam ocorrer com supervisão, o que não ocorria até então. As visitas íntimas foram proibidas. Vinte e dois presos da facção foram transferidos, entre eles Marcola, apontado pelo Ministério Público de São Paulo como líder do Primeiro Comando da Capital (PCC). 

A operação começou com uma investigação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), do Ministério Público de Presidente Prudente, no interior de São Paulo. 

Os agentes, que monitoravam os chefes da facção, descobriram os planos criminosos e avisaram as autoridades federais há 45 dias. 

Outro alvo da ação da quadrilha era o promotor Lincoln Gakiya, do GAECO. Ele atua em Presidente Prudente e é responsável por investigação contra o PCC desde os anos 2000. Gakiya pediu a transferência, em 2018, de Marcola para um presídio de segurança máxima, em Brasília. Segundo o promotor, a facção tem um departamento de homicídios e atentados. 

São indivíduos destacados de outras funções para ficarem só em stand by para resgatar Marcola, praticar atentados contra agentes públicos e autoridades. Eles têm um orçamento próprio, acesso há muito dinheiro, há armamento e veículos blindados. São indivíduos que recebem treinamento para fazer este tipo de ação.

 Lincoln Gakiya

No ano passado, outra operação da Polícia Federal já havia desmontado dois planos da facção paulista.

O Plano A, chamado de STF, teria o objetivo de resgatar Marcola de uma penitenciária federal e o Plano B, chamado de STJ incluía sequestrar autoridades, como diretores de presídio com o intuito de negociar a liberdade de criminosos.

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