O modelo usado por Ubiraney não dobra, mas encolhe e por isso foi barrado
Uma pessoa com deficiência visual foi impedida de embarcar com a bengala guia em um voo do Rio de Janeiro a Salvador. A Infraero disse que o objeto foi impedido de embarcar para garantir a segurança de passageiros e tripulantes da aeronave e que só é permitido o embarque de bengalas dobráveis. O modelo usado por Ubiraney Ribeiro não dobra, apenas encolhe, e, por isso, foi barrado.
Acompanhe a reportagem de Henrique Terra.
A confusão ocorreu em um portão de embarque do Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro. Ubiraney Ribeiro, de 60 anos, com deficiência visual, foi impedido de embarcar com sua bengala que usa no dia a dia.
“Informaram que isso aqui é uma arma, bastão para deficiente visual. Uma caneta oferece muito mais risco do que esse bastão.”
Por sorte, o aposentado viajava com o genro, que pode ajudá-lo.
O aposentado mora em Camaçari, região metropolitana de Salvador. Ele perdeu a visão aos 37 anos por causa de uma doença hereditária. De lá pra cá, a bengala se tornou indispensável.
A Infraero disse que o procedimento de inspeção feito pelo agente está correto e segue a resolução da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC). A nota reforça ainda que o objeto foi impedido de embarcar para garantir a segurança de tripulantes e passageiros da aeronave, só é permitido o embarque de bengalas dobráveis.
O modelo usado por Ubiraney não dobra, mas encolhe e por isso foi barrado.
Isso não é procedimento em todos os aeroportos. Isso aconteceu neste aeroporto, em dos outros aeroportos, não. Sai daqui de Salvador para lá, não tive esse problema, foi um problema localizado. Então é uma questão de treinamento, eu acredito que a Agência Nacional de Aviação Civil deva reforçar essas orientações para a Infraero, para que não ocorra mais esse tipo de episódio.
Ubiraney Ribeiro, aposentado
A ANAC não respondeu ao contato da equipe de reportagem.
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