Menor autor de atentado em escola de São Paulo é transferido para a Fundação Casa

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Menor autor de atentado em escola de São Paulo é transferido para a Fundação Casa
D.R.

Uma professora morreu. Quatro professoras e um estudante ficaram feridos.

O menor que cometeu o ataque na escola foi transferido na noite dessa segunda-feira (27) para a Fundação Casa, que abriga adolescentes infratores. O estudante saiu escoltado da delegacia e foi o último a deixar o DP.

O delegado Marcus Vinícius Reis afirmou que o adolescente, na presença da advogada de dos pais, confessou o crime.

Ao todo, 32 pessoas foram chamadas para prestar depoimento, entre professores, mães e pais de alunos. Um menino contou que apanhou do autor dos ataques na semana passada.

No dia do ataque, o menor postou na sua rede social:

Já tenho tudo na mochila, já tô me preparando, agora só falta chegar lá e fazer a baguncinha e aproveitar!

Uma pessoa comentou:

Tenta arrumar um armamento melhor, mas se você tiver com pressa, só vai.

O menor ainda escreveu “esperei por esse momento a minha vida inteira, me desejem boa sorte”. As pessoas que interagiram com a postagem também serão investigadas.

A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo convocou uma coletiva de imprensa para falar de providências após o ataque.

O secretário Guilherme Derrite disse que o menor planejava cometer o atentado usando uma arma de fogo e elogiou as professoras que conseguiram parar o agressor.

A Cíntia Barbosa é uma heroína… a Sandra Pereira… Duas professoras que não tem por função realizar esse tipo de atitude e acabaram imobilizando o agressor e tirando a faca das mãos dele.

Guilherme Derrite

O secretário de Educação, Renato Feder anunciou a contratação de 150 mil horas de atendimento psicológico para as escolas estaduais.

A gente vai fazer essa licitação (já estava no planejamento isso) para o atendimento presencial com 150 mil horas de psicólogos e psicopedagogos presenciais nas escolas.

Renato Feder

Da Europa, onde cumpre uma agenda oficial, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, lamentou o ataque e a morte da professora Elizabeth Tenreiro.

A escola ficará fechada por uma semana e as aulas serão repostas no mês de julho. A professora Elizabeth Tenreiro tinha 71 anos e estava aposentada desde 2015.

Segundo o advogado da família, ela retornou à sala de aula este ano por amor à profissão.

Eu fui aluno dela também há quase 30 anos atrás e infelizmente aconteceu essa tragédia onde ela estava fazendo o que mais gostava, que era dar aula.

Amadeu França, advogado

Casos anteriores

O terror na Escola Estadual Thomazia Montoro não é um caso isolado. Em novembro do ano passado, um adolescente de 16 anos invadiu duas escolas, uma pública e outra particular, em Aracruz, no Espírito Santo, e matou quatro professoras e uma aluna de 12 anos.

Em 2019, dois atiradores mataram cinco estudantes e duas funcionárias em uma escola estadual em Suzano na grande São Paulo.

Em 2011 o massacre em Realengo, no Rio de Janeiro, foi cometido por um ex-aluno. Doze estudantes morreram e outros 22 ficaram feridos.

Entenda como o ataque ocorreu

Um ataque em uma escola pública de São Paulo deixou alunos, funcionários e pais apavorados. Uma professora de 71 anos foi morta e outras cinco pessoas ficaram feridas.

O agressor é um estudante de 13 anos que foi contido por outros funcionários do colégio. Em uma carta ele diz que começou a planejar o ataque há dois anos.

Câmeras de segurança gravaram quando o aluno dá golpes de faca na educadora. Os adolescentes se desesperam e fogem. O ‘Jornal da Record’ decidiu não mostrar os vídeos do momento em que o agressor atinge as vítimas.

Imagem da câmera de segurança da escola | D.R.

Um menino que estava na sala no momento da agressão falou com a equipe de reportagem.

Na hora que estava a correria, eu caí e ele estava bem atrás. Eu consegui levantar e fugir.

aluno

O ataque aconteceu logo depois da abertura dos portões, por volta das 07:15.

Segundo testemunhas, o aluno da 8ª série teria entrado na sala de aula logo depois de colocar uma máscara e na sequência atacou a professora.

Outro circuito de segurança mostra o momento em que a professora de Educação Física, Cíntia Barbosa, entra na sala e consegue imobilizar o jovem. Ela tem ajuda de outra educadora, Sandra Mendes.

Quando o ataque começou, os professores conseguiram manter os alunos de outras turmas trancados nas salas da escola.

Em poucos minutos a polícia tomou conta do prédio e o agressor foi aprendido. Ao todo, quatro professoras e um estudante ficaram feridos. Um segundo aluno entrou em estado de choque. Todos foram levados a hospitais da região.

Elizabeth Tenreiro, de 71 anos, não resistiu aos ferimentos. É ela quem aparece no circuito sendo atacada pelo adolescente.

A notícia do atentado deixou os pais em pânico.

Na hora em que o colégio ligou para mim falando assim: ‘O senhor é o pai do Daniel?’ Eu falei assim: ‘Sou’. A mulher gaguejou e eu fiquei desesperado.

Josimar da Cunha, pai de aluno

Você imagina um monte de coisa. Aí você sofre. Você fica sofrendo [pensando] ‘Será que é o meu sobrinho ou não é meu sobrinho?’

Maria Antônia Magalhães, mão de aluno

Mesmo após a apreensão do aluno agressor, que foi levado para uma delegacia na zona sul de São Paulo, a escola foi mantida sobre o forte esquema de segurança, já que muitos alunos permaneceram durante boa parte da manhã ainda dentro da sala de aula, recebendo um atendimento e a atenção de professores e profissionais da educação.

De acordo com os colegas, o agressor havia se envolvido em discussões com outros estudantes na semana passada. Ele teria ofendido um aluno com palavras racistas.

“Eu e os meninos, nós apartamos a briga, porque a professora já é de idade. Acho que ele ficou revoltado e fez essa atrocidade aí.”

aluno

Em uma carta encontrada na mochila do adolescente ele se diz ser vítima de bullying e afirmou que planejava a ação desde os 11 anos.

Nas palavras dele, depois de passar por “momentos de tristeza e ódio sem que ninguém percebesse”.

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