Uma aposentada foi vítima do golpe do empréstimo consignado em Itu, no interior de São Paulo
São mais de 100 queixas desse tipo por dia no Brasil. A fraude está entre as principais reclamações do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor. O INSS alerta que não entra em contato por mensagens, ligações ou emails.
A dor de cabeça começou por causa de um cartão.
Dona Maria Ivanilde recebeu uma ligação em que perguntavam se ele queria cancelar o cartão e respondeu sim. Ela nem imaginava o que estava por vir.
O banco passou a cobrar por dois empréstimos consignados descontados diretamente da aposentadoria, sem que ela soubesse. Um com o valor de R$ 2.590 e outro de R$ 18.600. Foram pouco mais R$ 21 mil reais de empréstimo com juros de mais de 30% ao ano.
Do dia pra noite a Dona Maria Ivanilde ficou com uma dívida de mais de R$ 53 mil reais para pagar em sete anos. Ela usa o dinheiro da aposentadoria para comprar comida e remédios. Mas com o desconto dos empréstimos, o orçamento da família ficou bem apertado. Todo mês são descontados R$ 627 do benefício, 30% do que ela recebe do INSS.
A dona de casa se aposentou em 2017, depois de 29 anos de trabalho numa metalúrgica.
De janeiro a abril de 2023 foram registradas mais de 13 mil queixas de empréstimo consignado sem autorização nos PROCONS de todo o Brasil.
Só em São Paulo, o aumento foi de 86% em relação ao mesmo período do ano passado. Recém aposentados, com idades entre 61 e 70 anos são as principais vítimas.
O INSS alerta que não entra em contato por mensagens, ligações ou emails e nem envia motoboy para a casa dos beneficiários e que não devem ser passadas, em nenhuma hipótese, informações como senhas e dados bancários.
O especialista em direito do consumidor explica que a primeira coisa a se fazer é registrar uma reclamação na própria instituição financeira, depois no PROCON.
Mas a única saída para cancelar o contrato de empréstimo consignado é procurar a justiça.
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