Exclusivo: traficantes internacionais anunciam entrega ao Brasil de produtos que originam drogas K

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Exclusivo: traficantes internacionais anunciam entrega ao Brasil de produtos que originam drogas K
© Record TV

Os destinatários são quase sempre laboratórios clandestinos, administrados pelo crime organizado

Traficantes internacionais fazem anúncios de entrega de canabinóides sintéticos para o Brasil. São esses produtos que dão origem às drogas K. No ano passado, a cidade de São Paulo registrou 98 casos de intoxicação pelas drogas K e, neste ano, já houve um aumento de 120%. Acompanhe a reportagem especial do ‘Jornal da Record’!

Nos arredores da Praça da Sé, as drogas K são vendidas livremente até mesmo para crianças. É um tipo de entorpecente que se espalhou por uma antiga comunidade, às margens de uma linha de trem no centro de São Paulo.

Em praticamente todas as amostras da droga, pesquisadores encontraram solventes, que servem para transformar o pó em líquido. Análises feitas nos Estados Unidos detectaram até veneno para ratos como um dos ingredientes. Em 2021, nos Estados Unidos, quatro pessoas morreram e 52 ficaram intoxicadas depois de consumirem a droga contaminada.

Para entender a disseminação desse tipo de droga no Brasil é preciso, antes, avaliar a situação em países onde os canabinóides sintéticos são vistos como um problema de saúde pública de há muitos.

O mais recente relatório europeu sobre drogas revelou que usuários maconha passaram a consumir canabinóides sintéticos sem saber, enganados por traficantes que queriam reduzir o custo na produção das drogas K e aumentar os lucros.

Uma das preocupações é com a potência das drogas K e os danos causados. Pesquisadores avaliam que nas drogas mais intensas, um pedacinho já é o suficiente para lesionar o cérebro. O tamanho é medido em nanogramas. É como pegar um grão de açúcar e dividir em milhões de vezes.

Autoridades do Brasil e do exterior admitem que pequenas quantidades de canabinóides sintéticos podem passar despercebidas em bagagens, ou até serem enviadas por correspondência.

Os destinatários são quase sempre laboratórios clandestinos, administrados pelo crime organizado. É lá que o pó diluído em solvente é borrifado em ervas ou em folhas de papel.

No ano passado, a cidade de São Paulo registrou 98 casos de intoxicação pelas drogas K. Neste ano já foram 216, um aumento de 120%.

Num grupo de mensagens, uma pessoa que se apresenta como fornecedora de canabinóides sintéticos explica que o pacote onde vão as drogas é duplamente selado a vácuo e ainda ressalta que nem cães farejadores, nem positivos eletrônicos conseguem detectar o entorpecente.

Outro criminoso revela o que seria uma das rotas, um navio que parte da Holanda. A conta do suposto traficante é registrada na Turquia, país com maior número de mortes por overdose de canabinóides sintéticos.

Assim como outras capitais pelo mundo, a maior cidade do Brasil pode virar refém de uma substância de enorme potência e tamanho muitas vezes microscópico.

Assista à reportagem exclusiva!

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