O uso dos smartphones teve um crescimento de 45% entre 2019 e 2021
O Brasil fica atrás da África do Sul, no mundo inteiro, quando o assunto é exposição às telas de celulares e computadores. E para falar sobre os riscos desse dado, conversamos com o Psiquiatra do Programa Ambulatorial Integrado dos Transtornos do Impulso do Hospital das Clínicas, Vinicius Andrade.
O uso dos smartphones teve um crescimento de 45% entre 2019 e 2021. O que esse comportamento pode causar na nossa saúde?
Esse dado que você falou sobre o aumento é muito importante. Quando a gente compara com outros países, por exemplo a Inglaterra, eles têm dados de aumento semelhante, mas entre um período 10 anos. Somos um país que teve o acesso à Internet elevado nos últimos anos e nós somos extremamente ansiosos.
Um estudo realizado há anos atrás indicou que São Paulo era a capital mais ansiosa do mundo. Cerca de 20% da população, em prevalência. Quando temos essas características, esse consumo acaba se potencializando.
As redes sociais são feitas para gerar mais atenção e focar a atenção da pessoa que está usando. Todo o nosso cérebro, quando ele tem um estímulo prazeroso, gera uma hipersensibilização. E cada vez mais procuramos aquilo.
A OMS tem, principalmente para o público mais vulnerável, o infantil, metas de uso diário de telas de acordo com a faixa etária.
Levar o celular para a cama, ficar olhando o celular à noite, causa a perda do sono?
A recomendação é deixar o celular um pouco afastado e usar outro despertador. Recomendamos que as pessoas evitem as luzes. O nosso organismo estava acostumado a acordar com a luz do sol e ao final do dia, quando há um estímulo externo de uma luz, confundimos um pouco esse sistema.
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